Por Nahama Nunes
O médico infectologista Marcos Caseiro explica que o Brasil passa a ser o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. “Essa vacina é uma estratégia extremamente importante, juntamente com outras medidas, entre elas o controle vetorial, ou seja, o controle do mosquito, no combate à dengue. A vacina traz uma proteção em média de 85%. Ela é aplicada em duas doses, com o intervalo entre um e outra de três meses. Os estudos mostraram eficácia em pessoas com idade entre 4 e 60 anos”, explicou.
A vacina, conhecida como Qdenga, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, e desde julho já está disponível em clínicas privadas. O imunizante, do laboratório japonês Takeda Pharma, funciona por conter o vírus atenuado. Ou seja, a vacina contém o vírus da dengue modificado de forma a ser incapaz de causar a doença.
Embora em clínicas particulares qualquer pessoa na faixa etária entre 4 e 60 anos possa receber o imunizante, para a aplicação no SUS foi preciso definir prioridades, conforme explica o infectologista Marcos Caseiro.
“O que ocorre é que essa vacina foi desenvolvida por um laboratório japonês, chamado Takeda, que tem na verdade uma limitação na produção de vacina. Então, em um acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil terá esse ano 5 milhões de doses agora e, nesse sentido, irá priorizar as pessoas com maior vulnerabilidade e maior risco de evoluírem para óbito que são as crianças e os adolescentes, bem como aqueles que vivem em regiões onde nesse momento ocorre alta incidência de casos de dengue”.
Segundo o Ministério da Saúde, o governo vai priorizar a imunização contra a dengue de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, conforme as recomendações da OMS. Com isso, no máximo 3 milhões de pessoas, pouco mais de 1% da população brasileira, serão imunizadas.
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